CANTANDO COM CAMÕES - IX
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Mais um dueto? É por aqui
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CONVERSANDO COM CAMÕES NO SEU QUINGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO IX
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NUNCA EM AMOR DANOU O ATREVIMENTO
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Nunca em amor danou o atrevimento;
Favorece a Fortuna a ousadia;
Porque sempre a encolhida cobardia
De pedra serve ao livre pensamento.
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Quem se eleva ao sublime Firmamento,
A Estrela nele encontra que lhe é guia;
Que o bem que encerra em si a fantasia,
São umas ilusões que leva o vento.
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Abrir-se devem passos à ventura;
Sem si próprio ninguém será ditoso;
Os princípios somente a Sorte os move
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Atrever-se é valor e não loucura;
Perderá por cobarde o venturoso
Que vos vê, se os temores não remove.
*
Luiz de Camões
***
Removei, pois, Senhor, vosso temor:
Se me atrevo a convosco conversar
Não posso ao vosso tempo recuar
Mas sempre terei dado o meu melhor
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Atrevida serei, mas... por favor,
Vede bem que tentei não macular
O verso heroico puro e exemplar,
Em que vos expressais, Mestre e Senhor.
*
Não sei se a vossa estrela alcançarei
Nem se ouvireis aquilo que vos digo,
Mas posso-vos jurar que o tentarei
*
E ainda que tentá-lo seja um p`rigo,
A esse p`rigo nunca o temerei
Se em vós, Senhor, achar um bom amigo
*
Mª João Brito de Sousa
23.02.2024 - 11.50h
***
O soneto de Camões foi transcrito do blog Sociedade Perfeita
SAUDADE
A saudade chegou quando partiste
E trouxe a solidão gelada e fria
Feita flocos de neve, que persiste
Tornando a madrugada tão sombria
O luar transportou sentido e triste
O silêncio da voz que se queria
Mas, no sol que nasceu tu me sorriste
Porém de olhos fechados para o dia
Deixei teu nome esculpido de cobre
Na pedra negra e dura que te encobre
E da enorme paixão que te assolou
Deixei em bronze um busto de corcel
Sendo o teu companheiro mais fiel
Na memória feliz que me ficou
MEA
9/01/2016
FRAGMENTO(S)
Tive saudades, sim, que sendo humana
E não tendo, do Tempo, havido tempo
Para o que realmente o Tempo sana,
Em tempos, foi magoado o meu tormento,
Bem como dura a dor que ainda emana
Desta (in)sustentação que é meu sustento
Que quanto mais me of`rece, mais me engana,
Mais me transforma em folha solta ao vento,
Quando aspiro à raiz que, em terra plana,
Sobrevive, teimosa, ao turbulento
Dos sopros com que o vento inda me abana,
Das horas que me morrem num momento,
Dos anos que me fogem, por semana,
Deste jogo em que, inteira, me fragmento...
Maria João Brito de Sousa - 10.01.2017 - 11.08h
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