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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
03
Jan25

CONVERSANDO COM SÁ DE MIRANDA - III

Maria João Brito de Sousa

A_poetic,_symbolic_image_inspired_by_the_sonnet_'Q (1).jpg

Imagem gerada/processada pelo

ChatGTP

***

QUE FAREI QUANDO TUDO ARDE?
*

*
Desarrezoado amor, dentro em meu peito,

tem guerra com a razão. Amor, que jaz

i já de muitos dias, manda e faz

tudo o que quer, a torto e a direito.
*


Não espera razões, tudo é despeito,

tudo soberba e força; faz, desfaz,

sem respeito nenhum; e quando em paz

cuidais que sois, então tudo é desfeito.
*


Doutra parte, a Razão tempos espia,

espia ocasiões de tarde em tarde,

que ajunta o tempo; enfim vem o seu dia:
*


Então não tem lugar certo onde aguarde

Amor; trata traições, que não confia

nem dos seus. Que farei quando tudo arde?
*


Sá de Miranda

in 'Antologia Poética'
***


QUE MAIS PRETENDES TU, SE TUDO ARDE?
*


Sempre que em chamas arde este meu peito,

É certo que um poema irá nascer

Qual cavalo de fogo a percorrer

Um novo espaço que eu tão só aceito
*


Da razão não me aparto e estou sujeito

À tentação de nela me perder

Se acaso o fogo não parar de arder

E eu me consumir nesse ígneo leito
*


Mas Amor e Razão vivem em paz,

Jamais os vi, sequer, fazer alarde

E qualquer um dos dois é bem capaz
*


De ao parceiro pedir que se resguarde

Enquanto indaga a chama mais voraz:

- Que mais pretendes tu, se tudo arde?
*


Mª João Brito de Sousa

03.01.2025 - 22.00h
***

 

 

10
Mar24

MÃOS III

Maria João Brito de Sousa

mãos IV.jpg

Imagem Pinterest

*

MÃOS III
*


Ó mãos hábeis, vadias, mãos sem dono,

velhas mãos condenadas cuja pena

será a sina ingrata e não pequena

de despertardes mal vos chegue o sono...
*


Mãos que encontrais um verso ao abandono

numa outra mão que pára e vos acena

com mel e vinho e hastes de verbena

nas mansas tardes de um qualquer Outono
*


Ó mãos rudes, gretadas de tão frias,

imprudentes, inquietas, fugidias,

que sempre que sois voz a não calais
*


Parai e reparai que estais vazias!

Quem vos roubou o sonho e as alegrias

e assim vos despojou de tudo o mais?
*

 

Mª João Brito de Sousa

10.03.2024 - 21.00h
***

 

 

20
Nov16

GLOSANDO ANTÓNIO DE SOUSA III

Maria João Brito de Sousa

Eu e o avô poeta.jpg

NUVEM



Lá longe, aonde a vida me começa

- sorria por engano um sol de Inverno -

Não sei que deus me fez sua promessa

E fui outro menino, ávido e terno.



Mas a infância passou, nua e depressa

- subira o Sol como um clarão de inferno -

E fiquei-me neste ar de quem ingressa;

Grotesco, trivial, falso e moderno.



- Número sete, um passo em frente! - Pronto!

(A voz que me chamava, certa e calma,

Não viu que eu avançava cego e tonto...)



Achou-me assim, o tal que me perdeu!

- Ó nuvem! - tarde triste da minh`alma,

Quem por seus sonhos sofre como eu?





António de Sousa



In "Livro de Bordo" (2ª edição) Editorial Inquérito







PÓDIO





"Lá longe, aonde a vida me começa",

O Tempo é bem mais lento do que eu sou;

Corro, passo-lhe à frente a toda a pressa,

Sou quem ao próprio Tempo ultrapassou!





"Mas a infância passou, nua e depressa"

E a vida, quando os passos me travou,

Provou-me que, vivendo, se tropeça

Onde jamais o Tempo tropeçou...





"- Número sete, um passo em frente! - Pronto!"

Eis-me que mal avanço... o Tempo, esse,

Nunca envelhece, nem me dá desconto;





"Achou-me assim, o tal que me perdeu!"

(Mas como não esperar que me perdesse,

Se quis roubar-lhe o seu maior troféu?)







Maria João Brito de Sousa - 19.11.2016 - 21.36h

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