GLOSANDO ROSA REDONDO - Reedição
GLOSANDO ROSA REDONDO
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SETEMBRO
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Em Setembro, os tons ocres da folhagem,
São prenúncio da mudança de estação,
As férias são agora, uma miragem
É tempo de dizer adeus ao Verão
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O Outono já se faz anunciar
Já mostra o arvoredo de outra cor
Folhas mortas rodopiam pelo ar,
A brisa, é mais fresca…sem calor.
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Em Setembro, já não vejo as andorinhas,
As cigarras já deixaram de cantar!
É tempo da labuta lá nas vinhas,
Novo ciclo de trabalho, a começar.
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Os dias já em fase decrescente,
No Céu pairam as nuvens de algodão,
Olhei agora o Sol, lá no poente
Pedi-lhe que ilumine esta Nação.
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4 de Setembro 2015
Rosa Redondo
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UMA ESTRANHA VONTADE DE VOAR
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"Em Setembro os tons ocres da folhagem",
São de uma tal beleza que me esqueço
Do gélido prenúncio desta aragem
Que me magoa e tolhe, em que arrefeço...
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"O Outono já se faz anunciar"
E eu rendo-me à beleza da paisagem:
Se aceito a perspectiva de gelar
Aceito-a sem remédio... e sem coragem.
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"Em Setembro não vejo as andorinhas",
Mas a minha palmeira - a que resiste... -
Vai abrigando as outras avezinhas:
Olho-a de frente e esqueço que estou triste.
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"Os dias, já em fase decrescente"
Vêm lembrar-me as contas a aumentar
E em mim, que não sou ave e estou doente,
Nasce uma estranha urgência de voar.
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Maria João Brito de Sousa
20.08.2016 - 15.08h
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