DOIS SONETOS DO DIA
DA RELATIVIDADE DO TEMPO
Um cansaço de vida, um quase-morte,
Depois um renascer contra a vontade.
O corpo à minha espera (identidade?)
Um Palácio de Luz e eu sem Norte...
É tudo tão dif`rente! Essa ilusão
Do tempo que se vive deste lado,
Dilui-se entre o futuro e o passado
E traduz-se num`outra dimensão.
Um segundo, um milénio... quanto tempo
Se passou, afinal, enquanto estive
Diante dessa luz cheia de paz?
Um milénio, por lá, é um momento
Daquilo que por cá se sente e vive.
Um segundo? Um milénio? Tanto faz!
Maria João Brito de Sousa - 13.10.2008
À Eva
À Velucia
ESQUECER, À LUZ DAS VELAS
Declaro o fim-do-mundo à luz das velas!
Nesta longa sequência de poemas
Remeto pr`a Mamon esses problemas
Da cobiça, dos ouros, das mazelas!
À luz das velas sou imperatriz
Das interpretações que a vida tem;
À luz das velas SOU! Não há ninguém
Que me curve a vontade ou a cerviz!
Caminho paralela á própria essência
Das coisas desde a sua procedência
Como quem, sendo louco, `inda agradece.
Caminho à luz de velas, mas caminho!
O meu estro reluz dentro do ninho
Com a serena raiva de quem esquece...
Maria João Brito de Sousa - 13.10.2008
Ao poeta António Codeço
Imagem retirada da internet