ESPÓLIO
ESPÓLIO
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(Soneto monostrófico)
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Quando eu partir, amigos - já me tarda
no tempo cada passo nesta estrada -,
Guardai da leda Musa que me (a)guarda
Não mais que uma pequena gargalhada
Nunca maior que um grão dos de mostarda
Que espero que lanceis em terra arada...
Cuidai de não queimar-vos, ainda que arda,
Que o que vos deixo é tudo... e não é nada
Porque não é memória que perdure,
Ou som que repercuta e que se funda
Com qualquer outro som que configure
Mensagem que vos toque ou vos contunda...
O mais certo é que o mundo ma descure
Ou que com seus opostos ma confunda.
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Mª João Brito de Sousa
04.01.2023 - 14.20h
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