A PROCURA II e ESTA IMENSA FOGUEIRA DE PALAVRAS...
A PROCURA II
Falaste-me de um Deus que não conheces,
Tal como eu assumi não conhecer
Quem ouve, noite e dia, as minhas preces,
Quem me inspira as palavras que eu escrever,
Porém, no mesmo Deus, tu reconheces,
Tanto quanto eu me pude aperceber,
A força da procura e até pareces
Mais empenhado Nele que outro qualquer…
Se aonde tu subiste eu alcançasse,
Bem mais perto estaria de alcançar
A força que me move e me acalenta
Tão só tanta procura eu consagrasse
- como tu o fizeste ao caminhar –
Com essa convicção que te sustenta.
Maria João Brito de Sousa – 21.06.2010 – 19.58h
ESTA IMENSA FOGUEIRA DE PALAVRAS...
Sei que não sou pior pelo que faço…
Celebro a mesma vida que celebras
Vestindo o amanhã das ternas pregas
Do manto de palavras deste abraço
Mas desta virtual linha que traço
- a mesma que tu negas sem reservas -
Entregarei bem mais do que me entregas
No limiar do esforço e do cansaço;
Deixarei só palavras! São sementes
Que agora não entendes mas, mais tarde
No espaço de outro tempo, irão florir
Só não quero, de todo, que lamentes
Esta imensa fogueira que em mim arde
Enquanto eu vou escrevendo e te oiço rir…
Maria João Brito de Sousa – 22.06.2010 – 18.51h
NOTA - Hoje publico, excepcionalmente, dois sonetos. Ontem publiquei, por engano, um soneto que havia sido publicado na véspera.
As minhas desculpas.