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Jul20
CONFINAMENTOS
Maria João Brito de Sousa
CONFINAMENTOS
*
Não fosse eu ter a prática que tenho
Em cativeiros e confinamentos
E ficaria seca como um lenho,
Em vez de abrir-me em versos suculentos...
*
Enfrentemos, amigo, o tempo estranho
Ainda que espantados, sonolentos,
Recordemos em vão tempos de antanho
Enquanto os dias, cada vez mais lentos,
*
Parecem ser, de Tântalo, a tortura
E se guarda o abraço e a ternura
No baú velho das coisas vividas;
*
Não roda a chave nesta fechadura,
Mas há-de haver alguém qu`inda a procura;
Que se ache antes do fim das nossas vidas!
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Maria João Brito de Sousa - 22.07.2020 - 14.18h
Ao poeta amigo José Primaz