Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores.
...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
Como quando do mar tempestuoso O marinheiro todo trabalhado, De um naufrágio cruel saindo a nado, Só de ouvir falar nele está medroso, * Firme, jura que o vê-lo bonançoso Do seu lar o não tire sossegado; Mas esquecido já do horror passado, Dele a fiar se torna cobiçoso,
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Assi, Senhora, eu que da tormenta De vossa vista fujo, por salvar-me, Jurando de não mais em outra ver-me;
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Com alma que de vós nunca se ausenta, Me torno, por cobiça de ganhar-me, Onde estive tão perto de perder-me.
"Erros meus, má fortuna, amor ardente"... de erros que me sobrassem, naturais, fui trocando - de menos, ou demais? - as quadras por sonetos... dei semente!
"Tudo passei, mas tenho tão presente" um ror dos pecadilhos mais venais, dos comuns, cometidos por mortais que à perfeição aspirem, tão somente...
"Errei todo o discurso de meus anos", talvez num verso, ou noutro... é natural porque apenas humana e nunca um deus!
"De amor não vi senão breves enganos", mas como posso, a Amor, levar a mal, se, o próprio, erros comete, iguais aos meus?
Maria João Brito de Sousa - 08.09.2015 - 11.47h
NOTA - Soneto escrito na sequência da publicação do soneto de Camões com o mesmo título, glosado por Helena Fragoso.