26
Out12
SONETO PARA UM AMIGO QUE PARTIU NO NATAL PASSADO
Maria João Brito de Sousa
É claro… a vida muda, o tempo passa…
Amores? Estes que tenho e que bendigo,
Aos quais voto amizade e dei abrigo
Sem sequer distinguir qual fosse a raça.
Sorrio ao relembrar quanta era a graça
Deste meu negro e carinhoso amigo
(ama-se um gato sem correr-se o p`rigo
de que esse amor se canse e se desfaça…)
Os únicos "senãos" – eu sei-o bem! –
São os limites que esta vida tem
E que, um dia, nos lançam num desnorte
Quando, chegado o tempo da partida,
Percebemos que o tal final de vida
Depôs tão grande amor nas mãos da morte.
Maria João Brito de Sousa – 26.10.2012 – 02.04h