AURORA
AURORA
*
(Soneto em verso alexandrino)
*
Porque a vida não pára e o mar é tanto ainda,
Assim que noite finda, renasce a manhã clara
Sobrançando a antepara assim que a vela guinda;
Como será bem-vinda e como nos é cara!
*
Como é preciosa e rara assim que se deslinda
E a sorrir nos brinda enquanto nos prepara
Pra quanto nos separa em estando desavinda;
A aurora na berlinda e nós correndo para
*
A luz com que nos cinda assim que nos beijar...
Já esmaece o luar onde o sol vai espreitando
A barca sem comando ainda a flutuar
*
À deriva num mar nem sempre azul e brando;
Que remador, remando, a pode impulsionar
Se a aurora demorar e a luz lhe for faltando?
*
Maria João Brito de Sousa - 18.03.2021 - 10.08h