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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
30
Jan17

GLOSANDO ANTÓNIO CODEÇO II

Maria João Brito de Sousa

Arvore de outono.jpg

FOLHAS OUTONAIS

 

 

Julguei pintar imagens outonais

De folhas moribundas pelo chão

Soando nos meus pés tão musicais

De acordes dados pela solidão

 

Sombrios rostos tornam-se banais

Passam por mim, tremenda confusão

Na falsa ilusão serem imortais

Esquecemos que há no corpo um coração

 

Caem folhas dos ramos do meu peito

As folhas outonais já ressequidas

De tanto sol que enfrentam diariamente

 

Conseguirei dobrar este conceito

Ser rei dum reino de árvores despidas

Ser cego e mesmo assim ver toda a gente?

 

António Codeço

 

 

AUTO-RETRATO

 

"Julguei pintar imagens outonais",

Mas foi o meu retrato que pintei

Em pinceladas quase acidentais

Sobre o branco da tela em que as lancei.

 

"Sombrios rostos tornam-se banais"

E na banalidade me espelhei,

Confundindo esses traços vegetais

Com este, muito humano, em que os pensei.

 

"Caem folhas dos ramos do meu peito"

Quando o vento outonal sopra a favor

Desta minha cegueira indesmentida...

 

"Conseguirei dobrar este conceito",

Dobrada em lucidez, saber-me expor

Nos traços, meus também, dessoutra vida?

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 30.01.2017 - 08.36h

19
Dez16

GLOSANDO ANTÓNIO CODEÇO

Maria João Brito de Sousa

flor murcha.jpg

 

 

FEL



Aceito haver o fraco, haver o forte,

A negra morte, o nada, a breve vida

O Sol a desaparecer na despedida

A Lua à noite viúva entregue à sorte.

 

Aceito aquele que anda já sem norte

O que não encontra a porta de saída

O que vive do vício da rapina

O que sucumbe sem ter passaporte.

 

Aceito o vento como obra do acaso

A cobra fria que usa letal veneno

Entrando num jardim que não é o seu

 

Aceito a flor que morre em seco vaso

A dor de ser mortal, de ser pequeno

Mas esse fel que provas não é meu

 

 

António Codeço, 2016

 

 

NEM TUDO FEL, NEM TUDO MEL...

 

"Aceito haver o fraco, haver o forte,"

Nascer, da sombra, a luz dum Sol intenso,

Queimar, até à cinza, um pau de incenso,

Ou quanto tempo reste, antes da morte...

 

"Aceito aquele que anda já sem norte",

E o outro, o que o descobre e torna imenso,

Mas mal me aceito a mim, se fico tenso

De tanto ir aceitando e, de tal sorte,

 

"Aceito o vento como obra do acaso",

Mas nunca meço o fluxo entre as pressões

Que, de alta para baixa, vão soprando,

 

"Aceito a flor que morre em seco vaso",

Mas duvido que aceite as distracções

Dos que a viram murchar, nunca a regando...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 11.08.2016 -01.43h

 

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