25 DE ABRIL, 1974
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Depois de uma janela, outra janela
Se abriu de par em par, nesse protesto…
Mil se abriram depois, fazendo o resto,
Assim que a voz do sonho ecoou nela!
Completo, nasce o sol, derruba a cela,
Infiltra-se-lhe a luz no duro asbesto
E, nessa convicção que ao sono empresto,
Traduz-se-me em vontade enchendo a tela…
Transmutada a janela em peito aberto,
Fosse essa luz descrita a voz roubada
À vivência de um tempo insano, incerto,
Estaria essa vitória bem mais perto
E já se glosaria, em qualquer estrada,
Invicta, esta alegria em que eu desperto!
Maria João Brito de Sousa – 24.11.2012 – 09.39h
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UM DIA... FEZ-SE ABRIL!
*
Um dia fui poema e fui palavra,
Ergui-me, floresci nas carabinas
E semeei canções pelas esquinas
Como quem enfim colhe o que em si cava!
*
Um dia fui mais longe e mais além
E acendi minh` alma e cantei mais...
Um dia eu fui dif`rente entre os demais,
Um dia... fui feliz como ninguém!
*
Agora Abril é hoje, Abril é sempre,
Abril é cada dia em que eu viver
Com a alma a sorrir num sonho em flor
*
Pois fez-se Abril, um dia... e fui semente,
Fui sonho e liberdade a florescer,
Partilha, comunhão, renovo e cor!
*
Maria João Brito de Sousa
ABRIL EM NÓS
*
Havia tanto azul por inventar
Neste país amorfo e tão cinzento...
E um grito germinou deste lamento
Nma voz que ninguém pôde calar
*
Havia Abril em nós, mas sufocado,
Um Abril estrangulado e por nascer,
Que levedava em nós, sempre a crescer,
Pujante, inevitável, adiado...
Neste país com medo em cada voz
Onde sonhar-se um sonho era punido
Com grades de prisão, dor e tortura,
Nasceu, um dia, Abril em todos nós;
Bendito seja o sonho enfim cumprido
Por quanto desse Abril em nós perdura!
Maria João Brito de Sousa
UMA FLOR CHAMADA LIBERDADE
Aonde, ó estranha flor que em mim floresces,
Dessa tua raíz, a nova urgência?
Em pétalas da cor de outra impaciência,
Hás-de ousar ir além, sempre que cresces!
Nasceste em dura fraga, ou penedia,
Sempre em busca de um sol que te pertence
E a fraga é sempre a terra onde tu vences
Sobre uma haste de sonho e de utopia
*
Por ser a flor em nós que abraça Abril
Nos braços da raíz dessoutro crer
Que é feito de justiça e de igualdade
*
E, onde floresça um cravo, há sonhos mil,
E há mais fraternidade a renascer
Sobre este renovar da LIBERDADE!
*
Maria João Brito de Sousa
26.04.2008 - 12.35h
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