TAÇAS FRUTADAS, CHAVES ENCANTADAS E MEADAS DE PONTAS SOLTAS
TAÇAS FRUTADAS, CHAVES ENCANTADAS E MEADAS DE PONTAS SOLTAS
*
Na taça frutada que aqui me serviste,
Deixaste, e nem viste, a chave encantada
Da porta selada que em versos abriste...
Ah, quem lhe resiste? Nem eu que pasmada
*
Lhe pego enlevada por saber que existe
E apenas consiste num fio de meada
Já desenrolada, sem fim que se aviste...
Puxei-o. Resiste por tudo e por nada,
*
Mas, mais concentrada, retorno. Fugiste?
Não, não te sumiste, nem eu estou cansada
De puxar meada que nunca desiste...
*
Não ficarei triste, que assim fui fadada;
De chave encontrada, o direito me assiste
De provar que existe porta adequada.
*
Maria João Brito de Sousa – 06.07.2018 – 12.38h
Escrito na sequência do soneto PRIMAVERA EM VERSOS FRUTADOS, de MEA (Maria da Encarnação Alexandre)