SONETO SEM FLUOXETINA
SONETO ISENTO DE ANTI-DEPRESSIVOS
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Que bem "vendem" as "rimas chá-de-tília"...
Sou má comerciante, reconheço,
Porque os versos, pra mim, não têm preço
E não fazem "pendant" com a mobília,
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Nem me enlaçam nas noites de vigília
E sim nos dias claros... se os mereço...
Se exprimem quanto sinto, mais não peço;
Nunca a giesta aspirou a buganvília
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E os cactos não são menos imponentes
Do que as orquídeas frágeis, dependentes
Dos mil cuidados pagos por quem pode.
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Admiro as plantas bravas e espontâneas
Cujas raízes longas, subterrâneas,
Vão (de)compondo o húmus numa ode.
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Maria João Brito de Sousa - 24.09.2021 - 14.00h
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Imagem retirada daqui