SONETO ESCRITO PARA UM DESAFIO PROPOSTO NO "HORIZONTES DA POESIA"
REFLEXÃO EM QUEDA LIVRE
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Reboa qual aço e desfaz-se em brancura,
Caindo sem cura do alto do espaço
E mal me refaço de vê-la tão pura
Entro na aventura, descrevo-a num traço,
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Como se, em abraço, lhe ousasse a candura
E na partitura soltasse esse laço...
Sei bem que o não faço, que o sonho não dura,
Mas sonho é procura e sem sonhos não passo.
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Se eterna, se breve, depressa, depressa
Sei que recomeça, que faz o que deve,
Qual branca de neve que não desfaleça
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E bem reconheça que tudo prescreve;
Tão grande e tão leve... apenas promessa,
Ou firme confessa de a quanto se atreve?
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Maria João Brito de Sousa – 20.01.2019 – 12.18h