SONETO EM TRANSGRESSÃO RODOVIÁRIA
SONETO EM TRANSGRESSÃO RODOVIÁRIA
*
Nunca fui condutora. Só conduzo
Palavras, quase sempre em contra-mão,
Nas apertadas curvas da paixão
Que não quero evitar, que não recuso.
*
Não tendo "carta", cometo um abuso
Passível de uma coima ou detenção,
Mas não resisto a esta tentação
De meter "verbo-a-fundo" e de dar-lhe uso...
*
Se o seu radar, contudo, registou
A minha assumidíssima imprudência,
Dir-lhe-ei como a coisa se passou;
*
"Releve, senhor guarda, esta ocorrência!
Eu distraí-me, a Musa acelerou
E os pneus andavam falhos de aderência..."
*
Maria João Brito de Sousa - 30.09.2021 - 15.37h
*
Ainda em diálogo com o poeta Custódio Montes.