02
Nov21
SONETO DA INTEMPORALIDADE
Maria João Brito de Sousa
"Sem Título" - Tela de minha autoria
SONETO
DA
INTEMPORALIDADE
*
Aqui não há passado nem futuro;
O presente é fieira que não finda
E não tem de passar por nenhum furo
Embora a agulha disso não prescinda
*
E disto estou seguro, tão seguro
Quanto de não haver ninguém que cinda
A ponta que se afasta e que conjuro
Como se o tarde cedo fosse ainda...
*
Onde não há princípio nem há fim
Sou tudo e não sou nada. Este ínterim
É somente ilusão. Paradoxal?
*
Talvez sim, talvez não, talvez talvez,
Já não quero saber de outros porquês;
Quem mede esta meada intemporal?
*
Mª João Brito de Sousa
01.11.2021 - 10.30h
***
Sonetos da Matrix