17
Mar14
SONETO A UM FADO VINDO DA CASA AO LADO
Maria João Brito de Sousa
(Em decassílabo heróico)
Eu quero-te abraçar na voz cantante
De um soneto qualquer desmoronado
Em pavimento alheio, à hora errante
De um tropeçar que é sempre inusitado
E, depois, confessar, já confiante,
Que, às vezes, também sei cantar-te em fado,
Desses menos banais, mas “navegante”,
Dos que andam pelo mar, no mar criado…
No beijo que te dou, canção distante,
Acidental, mas firme em teu traçado,
Direi, agora, ser desconcertante
A palavra a brotar do som escutado
Que se me veio impor no justo instante
Em que te ouvi trinar, na casa ao lado
Maria João Brito de Sousa – 07.02.2014 – 18.21h