09
Abr15
SONETO À RESISTÊNCIA
Maria João Brito de Sousa
(Em decassílabo heróico)
Neste meu lugre-escuna – ou só jangada? -
Vou resistindo enquanto vou podendo
E venho-vos dizer que me não vendo
Porque por preço algum serei comprada,
Nem minha embarcação será tomada,
Pois, enquanto viver, nunca me rendo
E o verso é sempre a força a que me prendo
Enquanto dela sobre um quase nada...
Venho falar-vos desta força imensa,
Que tremeluz, que tanto mais se adensa,
Quanto mais vai tentando persistir,
Que me flui no sentir, porque se pensa,
Que mesmo naufragada, exausta e tensa,
Retoma a luta e faz por resistir!
Maria João Brito de Sousa – 09.04.2015 – 14.11h