SONETO -2
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SONETO -2
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Se remetida fui por altas vagas
Pra remotos ilhéus de céus sombrios,
Profundas fossas e negros vazios,
Esqueci-os no retorno às mansas plagas
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Vencidos os dragões, recolho adagas,
Retorno ao meu tear, teço os meus fios,
Desembaraço os nós - ontem senti-os
como promessas de outras duras sagas... -
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Recosto-me na areia olhando o Tejo
No ponto em que ele alcança o mar salgado:
Ou está feliz ou eu assim o vejo
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E eu, também feliz por ter voltado,
Não mais das altas vagas me protejo,
Antes deixo o meu espólio aqui gravado.
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Mª João Brito de Sousa
22.11.2024 - 09.40h
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Sonetos da Contagem Decrescente
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