06
Jan17
SOLFEJO - Fusas, semi-fusas e colcheias
Maria João Brito de Sousa
Tombam-me as mãos doridas e confusas
Sobre as letras profusas que mal vejo
Se disso tenho ensejo... e tu recusas
As mesmas semi-fusas que eu almejo...
Hei-de queixar-me ao Tejo que me acusas
De não cantar-lhe as musas, pois fraquejo!
Ah, sobra-me o desejo e, se te escusas,
Mais perco, em águas lusas, meu solfejo...
Alguma razão tens, pois vou falhando;
Os olhos vão errando, as mãos também,
E nada me sai bem... mas vou tentando!
Talvez tornando brando o que me vem
Das águas de ninguém, sem como ou quando,
Ainda que chorando, eu cante bem.
Maria João Brito de Sousa - 04.01.2017 - 17.40h