SETEMBRO(S)
(Soneto em verso hendecassilábico)
Setembro soprando nas asas do vento,
Embala-me, arrulha-me e... faz-me tremer,
Que, embora esquecida, se no vento atento,
Depressa me lembro de nada esquecer.
Do vento de Inverno que zumbe ao relento,
Lembrada, reduzo-me ao, “que hei-de fazer,
Se por mais que tente, nunca sei se aguento
A muita dureza que o frio me impuser?”
Formigas com asas virão, muito em breve,
Falar dos outonos que o tempo nos deve...
Nas asas do vento que sopra lá fora,
Eu penso que penso, mas sinto, ao de leve,
Que o tempo não deve e tampouco prescreve;
Sou eu quem prescreve, quem deve e quem chora...
Maria João Brito de Sousa – 07.09.2017 - 14.53h