SERVIDO AO POSTIGO
SERVIDO AO POSTIGO
*
Trago um soneto servido ao postigo;
Vá prá fila senhor concidadão
Tal qual como se fosse comprar pão
Ou tomar um café... sem um amigo.
*
Adquira um verso ou qualquer outro artigo
Pois passa o meu postigo a ser balcão
De um boteco de esquina sem patrão,
Sem tecto, sem cadeiras, nem abrigo...
*
Vou servir-lho no copo descartável
De um protesto que sei incoerente,
Mas que se vai tornando inevitável
*
Pois já não sei se sei s`inda sou gente
Se apenas sou mais uma variável
De uma curva ascendente ou descendente...
*
Maria João Brito de Sousa - 12.03.2021 - 11.21h
*
(em co-autoria com a minha irreverentíssima Musa)