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Dez17
SEM GARANTIAS
Maria João Brito de Sousa
Concedo aos meus poemas, quando os faço,
mui garantidamente ousar tecê-los
como se foram fios de mil novelos
que tivessem tombado em meu regaço.
Cedo-me inteira, embora sendo escasso
o tempo em que o meu colo irá sustê-los,
mas... outras garantias, outros zelos,
não posso conceder-lhos neste espaço
Em que ao tecê-los me encho de cansaço,
e de saudades me encho ao não escrevê-los...
Tão pouco posso e tanto quero erguê-los,
Que me escapam novelos. Solto o laço?
Prendo-me a cada fio, traço por traço,
e, mesmo exausta, volto a concebê-los?
Maria João Brito de Sousa – 16.12.2017 -09.27h
Oeiras, Portugal