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poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.

Abr23

SAUDAÇÃO MATINAL ÀS ÁRVORES CAÌDAS

Maria João Brito de Sousa

SAUDAÇÃO MATINAL ÀS ÁRVORES CAÍDAS
*

Bom dia, ó belas árvores caídas

Na nudez dos canteiros da alameda!

Bom dia! Que a memória me conceda

Saudar-vos, já que não sereis esquecidas
*

Lembrar-vos, já que fostes destruídas

E mais nenhuma voz vos arremeda,

Num cântico de linho, uns fios de seda

Que devolvessem vida às vossas vidas...
*

Bom dia, ó mansões verdes e frondosas

Das aves e das heras mais viçosas

Que todas as manhãs saudava, dantes.
*

Saúdo as vossas palmas já saudosas

E as vossas raízes sequiosas...

Adeus e até sempre, ó bons gigantes!
*

Maria João Brito de Sousa

04.04.2018 – 11.01h
***

publicado às 20:08

16 comentários

Brancas nuvens negras 05.04.2023

Saudamos a natureza... constantemente, com ternura. A poesia tem destas coisas.
Boa Noite. Um abraço.
L
Maria João Brito de Sousa 05.04.2023

Exactamente, L., "constantemente e com ternura". Também por isso me doeu tremendamente ver morrer, uma após outra, estas silenciosas testemunhas de mais de trinta anos da minha vida.

Um forte abrço!

jabeiteslp 05.04.2023

Espero é que o Município
não as tenha debaixo de olho
para as deitar abaixo
Belo dia com alegria primaveril MJ, beijinhos
Maria João Brito de Sousa 05.04.2023

Olá, !

Estas já morreram, mas não foi o Município que as matou! Infelizmente foram atacadas pelo escaravelho da palmeira, o Rhycophorus ferrugineus, que parece uma grande barata com um bico comprido e fino na ponta do focinho... as suas larvas roem as palmeiras todas por dentro e fazem com que a madeira apodreça...

O Município, entretanto, alindou a alameda toda e plantou mudinhas de árvores-do-fogo e outras mais que ainda nem percebi bem se são magnólias ou jacarandás.

Este soneto foi escrito na altura em que vi cair a coroa de palmas da última palmeira que eu sempre julguei que iria sobreviver...

Se logo à noite estiveres interessado em ouvir-me dizer poemas do meu avô, às 21 horas estarei em directo na Rádio Vizela, no programa Hora da Poesia, conversando com a dra. Conceição Lima. Fica aqui o link https://www.radiovizela.pt/radio.php
Beijinhos

Francisco Carita Mata 05.04.2023

Árvores: bons gigantes! Adorei. Imaginação tão criativa. Felicitações.
E as novas árvores plantadas, como estão?!
Saúde e Paz!
Maria João Brito de Sousa 05.04.2023

Sim, Francisco, bons gigantes por quem eu nutria um imenso carinho...

As novas mudas estão a crescer bem e já me habituei a elas, embora ainda me esqueça de as saudar de manhã... sabe, um grande amor que morre, nunca pode ser totalmente substituído. Gosto muito destas graciosas mudinhas mas ainda não as amo como amei aquelas palmeiras.

Mudando de assunto porque estou ainda exausta das horas que passei no hospital, se estiver interessado em ouvir-me dizer poemas do meu avô poeta, estarei em directo na Rádio Vizela conversando com a dra. Conceição Lima na sua Hora da Poesia. Aqui lhe deixo o link https://www.radiovizela.pt/radio.php

Paz, saúde e um fraterno abraço!

Cotovia@mafalda.carmona 05.04.2023

Boa tarde Maria João.
São como testemunhas passivas de uma manifestação pacífica da natureza, verde e bela.
Obrigada pela partilha!🐦
Maria João Brito de Sousa 05.04.2023

Olá, Cotovia! :)

É exactamente isso que elas eram, sim. Embora goste muito das novas mudazinhas, nunca esquecerei aquelas palmeiras que conheci desde pequeninas e que já estavam enormes...
Sei que pareço estranha, mas não mais estranha do que Régio na sua Toada de Portalegre, ao apaixonar-se por um rebentozinho de acácia...

Obrigada pela leitura :)
Cotovia@mafalda.carmona 05.04.2023

Olá Maria João!
Correu tudo dentro do esperado na ida ao hospital?
Logo as 21 temos encontro marcado para o seu directo na Rádio! Vou jantar mais cedo para poder assistir.
Não tem de agradecer, é sempre com muito gosto que leio as sua Poesia.
Abraço forte, até mais Maria João.🐦
Maria João Brito de Sousa 05.04.2023

Então até mais logo, Cotovia!

Ai, eu e as minhas manias de "batizar" as pessoas... Creio que nunca mais vou parar de lhe chamar Cotovia. E com os médicos mais jovens, vai tudo corrido a "meu filho" ou "minha filha"...
O que vale é que eles olham para os meus cabelos brancos e nem ligam. :)

Vou ter mesmo de me deitar um bocadinho. Forte abraço
Cotovia@mafalda.carmona 05.04.2023

Faz bem, bom descanso Maria João.
Também faz bem em me batizar de Cotovia, é por essa Cotovia, pequena, simples, comum, que descobri este seu espaço. É com muita alegria que vejo a cotovia ser tão bem acolhida por si e também por todas as Pessoas aqui no Sapo, dizem também muito bem de si, reconhecimento da sua maestría poética e artística, mas não só. A Maria João é bem querida por todos.
Bom descanso, até logo.
Abraço de asas 🐦
Cotovia@mafalda.carmona 05.04.2023

Boa noite Maria João. Parabéns!
O telemóvel não falhou ;)
A hora da poesia teve uma convidade muito especial, um programa muito bonito, com Pessoas bonitas, e como Poetas, extraordinários.
Poesia forte, impressiva. Gostei muito.
Fiquei a conhecer melhor o Poeta António de Sousa.
E também a si através da sua voz e as palavras da poesia do seu avô, como foi dito, sublime.
Muito obrigada, foi com muito gosto que escutei este seu directo e também para conhecer a Drª Conceição Lima, muito tranquila na postura e as leituras que fez muito bonitas.
Espero que seja uma noite de descanso, o dia foi longo e com muitas peripécias!
Abraço forte Maria João! 🐦

lis 05.04.2023

E a Natureza sempre esplêndida nos inspirando belos sonetos, Maria
Que as louvemos sempre na esperança de não vê-las mais destruidas pelos gigantes humanos.
Um bom dia, amiga
Maria João Brito de Sousa 05.04.2023

Sim, é esplêndida, a Natureza, Lis ! :)

Não foram os humanos que destruíram os meus bons gigantes, foi uma enorme praga de "picudo rojo" ou escaravelho da palmeira... Eu que sou de lágrima difícil, chorei quando vi tombar a última palmeira da alameda...

Provavelmente não terei tempo para te visitar. Cheguei tarde do hospital, estou exausta e queria deitar-me um pouco antes de me preparar para estar no directo da Hora da Poesia a dizer poemas do meu avô com a dra. Conceição Lima. É às 21 horas aqui em Portugal, se quiseres ouvir, ficarei muito contente https://www.radiovizela.pt/radio.php

Beijinhos e um resto de boa tarde

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