21
Mai25
RIBALTA
Maria João Brito de Sousa
RIBALTA
*
Às vezes é tão tarde, querido amigo,
Que uma nesga de céu nos bate à porta,
Que a gente nem a ouve... Ou já está morta,
Ou nem tem porta por não ter abrigo...
*
Não quer entrar e conversar comigo?
Venha daí se o que eu disser lhe importa,
Quero mostrar-lhe os frutos duma horta
Que cozinhei num fogo muito antigo...
*
É que a conversa, amigo, faz-nos falta,
Tanta quanta nos faz o pão prá boca
Ou a canção que anima e junta a malta
*
Esta é a minha casa, a minha toca,
O meu pequeno palco e a ribalta
Da minha velha Musa ousada e louca.
ª
Mª João Brito de Sousa
21.05.2025 - 21.30h
***
Sonetos de Todos os Tempos