RESPONDENDO A UM SONETO DE ALBERTINO GALVÃO, QUE CONVERSAVA COM UM SONETO DE MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE, QUE, POR SUA VEZ, DIALOGAVA COM UM SONETO DE JOAQUIM SUSTELO
(Soneto em verso hendecassilábico e rima intercalada)
Já estás perdoado, mas sempre te digo
Que amante ou amigo não deixo de lado;
Cometes pecado? Prometo castigo,
Mas esqueço e prossigo... já estás perdoado!
Só peço cuidado, de resto... nem ligo
E apenas consigo dar-te outro recado,
Este, mais pensado, pr`a nunca haver pr`igo
De, estando eu contigo, ser logo olvidado;
Sou, tal como tu, tenho veias com sangue
E se fico exangue partirei de vez...
Depois, não me vês, nem me afagas no mangue,
Pois carne sem sangue nunca aceita arnês,
Tem os seus porquês e tão pronto se zangue,
Esconde-se no mangue, perde a languidez...
Maria João Brito de Sousa -30.10.2017 – 11.35h