QUEM ISTO EM SI SENTE
QUEM ISTO EM SI SENTE
*
Nós que cultuamos as sonoridades
E expomos verdades nos versos que ousamos,
Que nos desnudamos de culpa e vaidades
Derrubando as grades contra as quais chocamos,
*
Nós que aqui nos damos em espanto e vontades
Nas cumplicidades de quanto sonhamos,
Saudáveis, insanos, com ou sem saudades,
Nos campos, cidades ou onde estejamos,
*
Nós, os que criamos compulsivamente
Roçando a tangente dos limites nossos
Com nervos e ossos que, subitamente,
*
Crescem qual semente e nos tornam colossos
Que em vez de destroços voltam a ser gente...
Quem isto em si sente, pode quanto eu posso!
*
Mª João Brito de Sousa
01.07.2022 - 14.30h
***
Aos poetas em geral e aos sonetistas, em particular.