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Jan23
POEMA MEU DE CADA DIA - Reedição
Maria João Brito de Sousa
POEMA MEU DE CADA DIA
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Sei-o só porque o sei e mais não digo
Que a estrofe, irredutível, se me impõe
Na estranha convicção que me propõe
E também na desculpa em que me abrigo
*
Sei-o, tal como a terra sabe o trigo
Nessa complexidade que o compõe,
Tal como a razão trai se pressupõe
Por cada floração um rasto antigo...
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Sei-o de outro saber que é muito meu
Que se chama poema e se esqueceu
De vir documentado ou ter razões
*
E por mais que o descreva apenas eu
Terei provado o mel que então escorreu
Dos versos que me encheram de ilusões
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Maria João Brito de Sousa
21.02.2012 – 19.07h
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