PARA TE AMAR, POEMA....
PARA TE AMAR, POEMA
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Nenhuma montanha
será demasiado alta
para te amar,
poema,
para te amar,
tão só…
*
E decido-me a deixar-te tombar…
Na queda confundem-se
flor e pássaro,
tempo e modo,
metáfora
e urgência real de não chegar ao fim
*
Porém,
tudo não dura mais do que a palavra
que,
num súbito recuo,
opto por não deixar cair.
*
Salvo “in extremis”
no segundo imediatamente anterior
ao impacto derradeiro,
devolvo-te às asas a que sempre pertenceste
e enfrento,
mais só do que nunca
porque consciente e lúcida,
o maior de todos os riscos
no crescente declive das banalidades
*
É tempo de dormir.
Amanhã será um novo dia
para te amar,
poema,
para te amar,
tão só…
*
Maria João Brito de Sousa – Poema manuscrito a 24.12.2012 – 02.00h
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Tela de minha autoria, fotografada e digitalizada por Vítor Martinez
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NOTA - Mais uma vez, por pontual ausência da Musa, trago um poema de verso branco à morada do soneto