08
Fev15
PAPOILA
Maria João Brito de Sousa
(Soneto em decassílabo heróico)
Julgaste-a vulnerável e dolente,
Peça de ouro da lei que outro engendrou,
Mas, tempr`ada desse aço que a moldou,
Mostrou-se, afinal, firme e persistente,
Negando, em cada gesto prepotente
Que a escória disfarçada preparou,
A graça de of`recer-lhe o que sobrou
Do tanto que, na cor, se afirma gente...
Se de pedra se assume, embora flor,
A escopro há-de gravar seja o que for,
Que a haste em que subiu sabe o que quer
E exalta-se, insubmissa, em rubra cor
Pr`afirmar que, de si, só colhe amor
Quem na flor respeitar fraga e mulher...
Maria João Brito de Sousa – 05.02.2015 – 14.07h