OS POETAS NÃO MORREM...
“Os poetas não morrem”, fui pensando
E sempre acreditei no que pensava
Mas, cá por dentro, fraco, fundo e brando,
Algo bem diferente murmurava
Que o que não morre é o que vai ficando
Da voz com que um poeta me encantava,
Porque o que cria, esse, vai passando,
E eu é que à própria morte renegava...
Não morra a sua voz! Que ao menos essa
Fique viva e que ecoe e reverdeça
Tal como as primaveras desta vida!
Que seja sempre ouvida e acarinhada
A voz que tanto deu sem pedir nada
E que agora se cala, adormecida...
Maria João Brito de Sousa – 02.01.2018 – 11.47h
Soneto dedicado à poetisa Alice Queiroz, companheira de versos que nunca cheguei a conhecer pessoalmente.