27
Jan19
ORA PAPOILA, ORA FRAGA II
Maria João Brito de Sousa
ORA PAPOILA, ORA FRAGA II
*
Não me levem as asas. Pouco ou nada
Me vai restando do que em tempos tive
E nem a rocha bruta sobrevive
Caso em cascalho seja transformada
*
Se progressivamente triturada
Até que recidive e recidive
Na total frustração que a prenda e prive
De ser flor, sendo rocha assoreada.
*
Devo-me à vida até que a morte chegue
E, antes que soe a hora da partida,
À vida entrego o que me foi entregue
*
Multiplicada, se diminuída,
Entre o que me esclareça, o que me cegue
E aquilo que colhi, sendo colhida.
*
Maria João Brito de Sousa – 26.01.2019 – 12.33h
Imagem retirada daqui