OLHEI-ME AO ESPELHO, ABRINDO UMA EXCEPÇÃO
OLHEI-ME AO ESPELHO, ABRINDO UMA EXCEPÇÃO
*
Olhei-me ao espelho, abrindo uma excepção,
mas não vi, das mazelas, os sinais...
Da dor, não vislumbrei sonoros ais
e, como tal, mirei-me ao espelho em vão.
*
Eu, que nunca lhe tive devoção,
mas que prefiro o espelho aos hospitais,
só o consultaria uma vez mais
se me desse uma sábia opinião.
*
Nada me diz, porém, que eu desconheça
e não vendo razões pra consultá-lo,
não creio que este espelho me mereça
*
Um segundo que seja para olhá-lo;
não passa de uma velha, inútil peça
que cria pó pra me fazer limpá-lo...
*
Maria João Brito de Sousa – 28.09.2018 – 12.45h
Na sequência do poema O MEU ESPELHO, de Joaquim Sustelo.