28
Out15
OEIRAS
Maria João Brito de Sousa
(Soneto em verso eneassilábico)
Tens a sorte, ou a graça divina,
de o teu corpo crescer debruçado
sobre um Tejo que corre à bolina
pelas ondas de um mar já salgado,
Que te acena e te chama menina,
ou te abraça e te encharca - cuidado,
que ele é mestre nas voltas que ensina,
mas depressa te afoga, se irado! -
Nos teus braços nasci. Pequenina,
fui crescendo contigo, a teu lado,
e hoje abraço esta casa de esquina,
Onde evoco presente e passado,
quando nela relembro essa sina
devolvendo-te ao sonho encantado.
Maria João Brito de Sousa - 11.10.2015 - 21.31h