O POEMA E EU
Resposta a um amigo que me enviou um soneto por email
(Soneto em decassílabo heróico)
O Poema e Eu...
Eu, dos meus, serei sempre a terna amante,
A que se lhes entrega, a que é fiel,
Pois mal nos nasça um verso, de rompante,
Logo os mais vão surgindo, num tropel...
Assim me dei desde o primeiro instante
E assim me darei sempre. O meu papel,
No palco do poema, é ser constante
E cavalgar - sem sela... - esse corcel...
Um riso, um choro, um grito lancinante...
De tudo um pouco neste carrossel
Em que o verso galopa e, já distante,
Chama por mim se hesita o meu cinzel
Em dar-lhe muito mais do que o bastante
Pr`a que a ambos nos saiba a escrita a mel...
Maria João Brito de Sousa - 2.06.2016 - 10.25h