O COMBÓIO DAS MINHAS MEMÓRIAS
O COMBÓIO DAS MINHAS MEMÓRIAS
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Que importa onde o combóio se passeie,
Se é tão belo o local, tão vasto o rio,
Tão alta a ponte que faz do vazio
Caminho certo ao qual ninguém receie?
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Não havendo desastre que o refreie,
Prossegue, este combóio, o desafio
De enfrentar, no Inverno, neve e frio,
No Verão, todo o calor que o incendeie.
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No ventre, leva gente alvoroçada,
Gente que fala e gente tão calada
Que mais parece feita de madeira.
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Adeus combóio das pequenas glórias,
Adeus viagens que hoje são memórias
De quem se queda imóvel na cadeira.
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Maria João Brito de Sousa – 06.05.2019 – 10.15 h
Nota - Soneto criado para um desafio de textos poéticos proposto pela administração do site Horizontes da Poesia.