NOUTRO LAPSO DE TEMPO
NOUTRO LAPSO DE TEMPO
Acordo como as aves libertadas
do suavíssimo amplexo de Morfeu,
mas só dois cotos de asas depenadas
me restam pra tentar sondar o céu,
Ou ir poisar nas telhas assentadas
por outros que são aves como eu...
Já só palavras trago... e desgastadas
e fartas de saber que o risco é meu.
Sou livre e, em simultâneo, a prisioneira
que, sujeita a viver desta maneira,
desmente tudo aquilo que não tem
E enquanto alguns não sabem que fazer,
sei quanto faço pra sobreviver,
sei quanto peno por não ser ninguém.
Maria João Brito de Sousa
20.03.2018 – 11.12h
Escrito na sequência da leitura do soneto “Num Lapso de Tampo”, de Albertino Galvão
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