"NO AMOR, CIRURGIÃO, NA TEMPESTADE, O RAIO"
Ao António Só, poeta.
"NO AMOR, CIRURGIÃO, NA TEMPESTADE, O RAIO"
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(Soneto em verso alexandrino)
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"No amor cirurgião, na tempestade o raio",
Na poesia, ensaio em plena orquestração,
Às vezes equação, às vezes de soslaio
Reinventa-se catraio em trovas sem (es)cansão
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E vai-se a solidão assim que abraça Maio...
Jamais será lacaio! Ainda que em tensão
Cumpre a sua função não sendo rei nem aio;
Corsário, se malaio, ou mero herói de acção
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Será, sem solução, poeta até morrer;
Ainda que sem ver, muito embora cativo
Manter-se-á bem vivo, ousando renascer...
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Mais não sabe fazer e ao passar, furtivo,
Passa a "ser criativo", em vez de apenas ser;
Porque se há-de esconder, se em verso é produtivo?
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Maria João Brito de Sousa - 24.05.2021 - 10.00h