NADA OS SEGURA!
NADA OS SEGURA!
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Das pontas desgastadas destes dedos
Vão nascendo os folguedos de toadas
Talvez pouco afinadas, mas sem medos
Se a penas e degredos são votadas
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Por fúteis quase nadas, por segredos,
Ou por falsos enredos e charadas...
Colhem espigas doiradas. Qu`rê-los quedos,
Aos incansáveis dedos, camaradas,
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É perfeita loucura! Voltarão
A andar na contra-mão de uma procura
Do que trouxe amargura à servidão,
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Pois contra a opressão da ditadura
Crescerão em estatura e dimensão
Ao dizerem que não. Nada os segura!
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Maria João Brito de Sousa – 06.06.2019 – 23.00h
NOTA - Soneto experimental, em decassílabo heróico com rimas na sexta e na décima sílaba métrica.
Tela de Silva Porto, retirada daqui