...MEU TEJO, MEU TEJO...
...MEU TEJO, MEU TEJO...
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Por tudo te beijo, por nada te abraço,
Te sorvo em melaço, te solto em solfejo
Louco de desejo, tonto de embaraço
Por quanto te abraço quando te não vejo.
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Se acaso gracejo, com graça te enlaço;
Com desembaraço te aponto e cortejo
E nem te protejo de um mal que não faço,
Meu Tejo já baço, meu Tejo, meu Tejo...
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Na terra moirejo, nela me desfaço
De um corpo já lasso que, mal ou bem, rejo,
Mas fosses tu, Tejo, e teu cada traço
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Da ruga ou do escasso mas longo bocejo
Que evoco ou que invejo ao teu próprio cansaço...
Pedaço a pedaço me (a)fundo em ti, Tejo!
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Maria João Brito de Sousa – 06.07.2018 – 16.33h