09
Ago22
MANTO DE VIDA - Reedição
Maria João Brito de Sousa
MANTO DE VIDA
*
Conheço-me de cor e salteada:
Na amarga lucidez dos meus sentidos
Sei-me da humana cor dos meus vestidos
Sobre a lonjura incerta de uma estrada
*
Nasci assim que vida me foi dada:
Do acender da chama em tempos idos
Ao manto imaculado dos tecidos
Em que me fiz adulta e fui amada
*
Teve, o Tempo, a destreza destas mãos
Que vão compondo o manto da vontade
Aqui tecido em malhas de carbono
*
E uma Vida, qual pacto de artesãos
Urdido entre a mentira e a verdade,
Tem sempre uma incerteza por patrono.
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Maria João Brito de Sousa
08.05.2008 - 11.08h
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Soneto Reformulado