JANELAS II
JANELAS II
*
Uma janela aberta, outra fechada,
Outra que sobre o nada se abre, incerta...
Cada qual descoberta, ideia alada
Que à mente estremunhada lança alerta,
*
Deixando-a, enfim, desperta e acordada
Pois nela debruçada se liberta
E colhe a sua oferta, alvoroçada,
Para lançar-se em estrada agora certa.
*
Deu fruto, esta janela. Que colheita!
Alguém que dela espreita encontra nela,
À chama de uma vela, a fenda estreita
*
Sobre um mundo que a aceita e, já sem trela,
Sem arreios, nem sela, desta feita
A cama em que se deita é escolha dela.
*
Maria João Brito de Sousa – 15.11.2019 – 10.58h
*
Soneto em decassílabo heróico com dupla rima encadeada (interna)