INJUSTIÇA
INJUSTIÇA
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"Reclama, ó musa, desta injustiça"
Mas nunca te esqueças de outras bem piores
Que enquanto me afligem mazelas e dores,
Muitos há que morrem às mãos da cobiça!
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Escorraça os demónios da tua preguiça
E mantém bem vivos teus altos valores:
Possam os boatos e outros rumores,
Nunca confundir-te, se alguém tos atiça!
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Com a tua espada de poeta, corta
Cada ideia suja, putrefacta, morta,
Que ameace o cravo dos teus ideais
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E mesmo cansada não desistas, Musa,
Que a minha vontade nunca to recusa,
Mesmo que eu te diga que não posso mais
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Mª João Brito de Sousa
18.05.2022 - 19.00h
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Soneto criado a partir do último verso do soneto homónimo de Custódio Montes