ESCONDER O NILO EM TAÇA DE ESPUMANTE
ESCONDER O NILO EM TAÇA DE ESPUMANTE
*
“Nas águas inquietas deste açude”
Se banha o mundo inteiro em convulsão;
Sonham os velhos com a juventude,
Jubilam jovens na antecipação
*
De um futuro ideal. Se algum se ilude
E cai na muito humana tentação
De apenas vislumbrar sonho e virtude
Onde se abre uma porta à decepção,
*
Não posso condená-lo nem puni-lo,
Nem poderei tentar dizer que aquilo
Que julga estar tão perto, está distante...
*
No entanto, é possível consegui-lo!
Impossível será esconder o Nilo
Numa pequena taça de espumante.
*
Maria João Brito de Sousa – 12.04.2020 – 12.09h
*
NOTA IMPORTANTE - Soneto criado a partir do último verso do soneto "UM AÇUDE DE ÁGUAS INQUIETAS", de MEA, seguindo o exemplo de JOAQUIM SUSTELO que assim criou o soneto "CHAMASTE POR MIM?".