GLOSANDO O POETA ALBERTINO GALVÃO
AFIRMAÇÃO
Afirmo, podem crer, pouco me importa
Que saibam e divulguem meus segredos
Pois se algo há em mim que me conforta
É de saber vencer todos meus medos
Aos silêncios que eu quero, abro a porta,
Enquanto embalo versos nos meus dedos...
Cinismo para mim é coisa morta
E próprio de quem vive só de enredos
O que me importa, sim, é ter por par
Alguém que eu possa amar e saiba amar
Sem ter de alguma vez, à sociedade,
Pagar, por má conduta, algum tributo...
E é manter-me assim firme e resoluto
P’ra me dar à poesia em liberdade
Abgalvão (reservado DA)
(CON)FIRMAÇÃO
"Afirmo, podem crer, pouco me importa"
Que engendrem, sobre mim, falsos rumores
E que, mesmo depois de eu estar bem morta,
Me inventem mil amor`s, ou desamores!
"Aos silêncios que eu quero, abro a porta"
Que, depois, logo fecho aos delatores
De tudo o que a minh`alma não suporta;
Bastam-me, a mim, meus próprios dissabores!
"O que me importa, sim, é ter por par"
Aquilo, tudo aquilo que eu criar,
Pois só assim eu vou (sobre)vivendo...
"Pagar, por má conduta, algum tributo",
Perdendo, do que crio, flor e fruto,
Quando são, flor e fruto, o que eu pretendo?
Maria João Brito de Sousa - 05.07.2016 - 15.23h