GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XXXVIII
DEVANEANDO....
De olhos cerrados vejo o mar imenso
O mar azul sem fim que beija a areia
Com um véu de espuma branco e tão intenso
Que tece nela favos de colmeia
Abraça a rocha e faz-se ali suspenso
Em farrapos que voam como teia
E afastam-se agitando fugaz lenço
De rendilhados claros, em colcheia
Vai, e de novo volta noutro instante
Umas vezes sereno outras gigante
Naquele balouçar que me adormece
Que me enleva e me faz de mim sair
Levando-me nas vagas, a dormir
Nesse sonho de brisa que me aquece
MEA
19/01/2017
(RE)CONSTRUINDO
"De olhos cerrados vejo o mar imenso",
Meu berço, meu amante e meu irmão
De um mundo imaginado, ao qual pertenço
Em toda a minha humana dimensão
"Abraça a rocha e faz-se ali suspenso",
Como se eu fora a rocha, a suspensão,
Ou seu cais derradeiro, o meu consenso,
E a sua meta, a minha aceitação...
"Vai, e de novo volta noutro instante";
Ora explodindo em espuma, ora distante,
Marcando, compassado, o seu vaivém
"Que me eleva e me faz de mim sair"
Pr`a ser (re)construída ao descobrir
Na explosão, todo o sal que o mar contém.
Maria João Brito de Sousa - 20.01.2017 - 09.31h