GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XIV
PEDRAS NO MEU CAMINHO
Na estrada onde caminho, no meu trilho
Há pedras que se soltam na passagem
Contudo não me servem de espartilho
E prossigo serena na viagem
Delas faço um castelo, sem caixilho,
Sem portas, sem janelas, sem ferragem
Para que nada seja um empecilho
Aos ventos que me trazem nova aragem
E das pedras que sobram orno leiras
Onde extasio o olhar de tais canseiras
Que ficam das pedras afastar
Pra que não se duvide deixo aviso
Neste castelo que é meu paraíso
Somente eu poderei pra lá entrar
Maria da Encarnação Alexandre
18/10/2016
UM SONETO, PEDRA A PEDRA
"Na estrada onde caminho, no meu trilho"
Tão solitário, inóspito e selvagem,
Há mil pedras que esculpo e que partilho,
Moldando cada pedra à vossa imagem...
"Delas faço um castelo, sem caixilho,"
Mas deixo sempre aberta uma passagem
Pr´a que possa acender-se algum rastilho
Que faça vislumbrar nova mensagem
"E das pedras que sobram, orno leiras",
Procuro, em vez de estradas, as pedreiras
Em que possa encontrar matéria-prima...
"Pra que não se duvide deixo aviso";
Em cada pedra encontro o que é preciso
Para erguer um castelo em cada cada rima...
Maria João Brito de Sousa - 20.10.2016 - 10.52h