GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XXIII
QUANDO A LUA TARDAVA DE LUAR
Bebi o néctar fresco desse olhar
Numa tarde ofuscada plo sol pôr
Quando a lua tardava de luar
E as sombras se alongavam sem pudor
E, esqueci-me das horas nesse mar
Nas ondas encrespadas pelo amor
Que vão adormecendo devagar
Num arrasto espumoso de candor
Havia no céu lápis de carvão
Que peenchiam nuvens em fusão
Na noite que beijou restos da lua
Lentamente caíram gotas frias
Que afagaram meu corpo em cortesias
Cobrindo minha pele ainda nua
MEA
23/11/2016
OUSADIAS DE UMA POETA SINESTETA
"Bebi o néctar fesco desse olhar",
Provei o pão das bocas mais famintas,
Mas fui matando a fome num manjar
Composto por pincéis, telas e tintas
"E esqueci-me das horas nesse mar"
Que também será meu, caso o consintas,
Pois que, sem to pedir, te ouso glosar
Com letras de impressão, negras, retintas...
"Havia no céu lápis de carvão"
E eu, que os tinha mesmo ali, à mão,
Usei-os pr`a esboçar-te algumas glosas;
"Lentamente caíam gotas frias"
Sobre estas letras que outras ousadias
Coloriam de azuis, brancos e rosas...
Maria João Brito de Sousa - 23.11.2016 -17.53h