GLOSANDO A POETISA MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XXVII
FOLHAS CAÍDAS
Tombam plo chão,vermelhas, amarelas
Acastanhadas, tristes já sem vida
E na praça em bailados de donzelas
Despedem-se na hora da partida
E caindo das árvores tão belas
Que se enlaçam de abraços na avenida
Serenas, se parecem com as estrelas
Duma beleza leve na descida
Em cada recanto há atapetados
Que crepitam em gritos fracturados
Por cada novo passo viajante
Elevam-se porém a cada aragem
Que nasce no momento da passagem
Mas, já sem forças caem no instante
MEA
29/9/2016
OS FORA DE PRAZO
"Tombam plo chão, vermelhas, amarelas",
Quantas folhas cumpriram seu dever
De verdes produtoras, mas singelas,
Certas de que mais verde irá nascer
"E caindo das árvores tão belas"
É no chão que se espraiam, sem saber
Que estão compondo telas e mais telas
Dos mil padrões que entendam conceber...
"Em cada recanto há atapetados"
Que parecem nascer pr`a ser pisados;
Pilhas de folhas velhas e caídas...
"Elevam-se porém a cada aragem"
Pr`a dar-nos um vislumbre da coragem
Com que alguns vão tecendo as próprias vidas...
Maria João Brito de Sousa - 27.11.2016 - 12.30h